segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013



Hoje, revirando os alfarrábios do meu íntimo
Me dei conta do seguinte silogismo,
                 [Sem paráfrases ao filósofo,
Mas sim uma conclusão do meu Eu

Tu vives, logo existo!

Vejas, portanto, que
Só vivo por que tu existes
E se existo é porque bate-me um coração
E seguindo este silogismo regular
Não te esqueças de que
Meu coração precisa do teu coração para bater...

Portanto, não morra se não for para morrer de amor.

Fúlvio Stadler

6 comentários:

  1. Adorei!!!!!!! Já gostava da memorável frase de Descartes, mas vc conseguiu torná-la sensivelmente melhor! Pois na frase original, "penso, logo existo", vejo uma busca de compreender o próprio eu dos escritor! O que pra mim, é pouco demais pra se entender os enigmas da vida! Mas "Tu vives, logo existo", mostra a necessidade natural das pessoas de amarem e serem amadas! E esse é um passo maior do que deu Descartes na busca de explicações para a sua existência! Só quem experimentou essas sensações, sabem do que eu estou falando! Amei mesmo! bjs

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    1. Só o espírito é capaz de conhecer o imutável nos corpos mutáveis, e sob esse aspecto é que vemos as meditações fluírem para uma dicotomia entre corpo e alma, e aqui vemos a influencia de Agostinho e consequentemente de Platão. Quando Descartes faz as suas "meditações " ( esse foi a método que escolheu para passar a sua "verdade") que levou o mesmo título, ele estava aterrorizado com as recentes descobertas de que havia sido enganado desde a infância. Cabe aqui ressaltar que ele sempre estudou no melhor colégio da Europa, La Feche (jesuíta). Assim, com as descobertas de Giordano Bruno e Copernico, passa a filósofos sobre o cogito, e sua meditação tinha um caráter exclusivo para provar, assim como seu mestre Agostinho, a existência de Deus e a separação do corpo e da alma. Por isso nao se engane em acreditar que Descartes tentou fazer uma busca interior.

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  2. Um bom texto, mas com algumas falhas lógicas. Aristoteles (pai do silogismo) teria um ataque com a construção deste texto, pois para impressionar as meninas até poderia, mas nunca ser considerado um silogismo. Os peripatéticos e os medievais diriam que seu texto é falacioso, e que cometeu a falácia da afirmação do consequente.
    Danny, muitas pessoas realmente acreditam que o "cogito ergo sum" é uma inferência de Descartes, mas foi Agostinho de Hispona quem pela primeira vez formulou o argumento do "cogito", e podemos parafraseá-lo assim: "fallor ergo sum" (engano-me, logo existo).
    O texto tem uma nítida influencia do existencialismo de Sartre e foi apenas uma releitura do cogito de Descartes (pois julgo que foi nele que o autor pensou ao formular o texto) sob a ótica de Sartre. Assim, nada se cria ...

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    1. Muito bom Luís Carlos, perfeita e proveitosa sua contribuição. Realmente o texto não é uma construção lógica, mesmo porque não se pretende fazer nenhum estudo ou ensaio filosófico. É apenas a expressão de sentimentos com influência do existencialismo de Sartre e de Heidegger. Não é nem de longe um texto Kantiano. Com relação à poesia, talvez toda poesia seja uma construção falaciosa, pois o poeta ou o escritor cria uma ficção voltada a interpretar sentimentos ou um turbilhão de sentimentos, como interpretação de um fato sem qualquer pretensão lógica ou científica, e isto não significa que escreva apenas para agradar menininhas, pois alguns textos desagradam crentes, céticos e apaixonados. A poesia é uma construção de palavras dentro de uma lógica interpretação apenas daquilo que há na alma ou no coração. A poesia não está para a filosofia, psicologia ou psiquiatria. “Há metafísica bastante em não pensar em nada. O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso”. O que Fernando Pessoa esperava com este poema? Nada além da beleza de haver muita metafísica em não pensar em nada, quando que só há porque se pensar no mundo e em sua razão à beira do fim. Assim, não há uma necessidade racional em sua construção, pois não se pretende com a poesia nada além da expressão de sentimentos, racionais, falaciosos ou irracionais.

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